Fraternidade: Igreja e Sociedade – 02/03/2015

8Com o tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade” foram retomadas, ontem, 2/3, as Conversas de Justiça e Paz que são promovidas pela Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Brasília. Com o auditório Dom José Freire Falcão, inteiramente tomado, os expositores – Patrus Ananias, Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Delgado, Pesquisador do IPEA (aposentado), Professor da Universidade Federal de Uberlândia e Dom Sergio da Rocha, Arcebispo de Brasília – ofereceram aos presentes uma reflexão criativa e instigante sobre os fundamentos e o alcance teológico e evangélico da Campanha da Fraternidade para este ano de 2015.

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O público presente, composto de membros das paróquias de Brasília, como Padre Virgílio Uchôa do Lago Oeste e Padre Jeová Elias, de Sobradinho, Padre George Tajra, pároco da Catedral e coordenador de Pastoral da Arquidiocese, incansável no trabalho de formação para a participação do clero e dos leigos no processo de vivência da Campanha, Padre Gabriele Cipriani, (Movimento de Educação de Base), Padre José Wilson (noviciado Dom Orione), professor Isaac Roitman, da UnB, membro da Academia de Ciências e da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), Irmã Rosita Milesi do IMDH, representantes das Comissões Justiça e Paz (Brasileira e de Brasília), da Cáritas, seminaristas (Dom Orione), integrantes de diversas pastorais, professores, estudantes e ainda a presença honrosa da primeira dama do Distrito Federal Márcia Rollemberg, que tem mantido conversações com a Cúria para estabelecer aproximação com trabalhos desenvolvidos pelas pastorais sociais, reagiu bem ao estímulo sugerido pelos expositores, como se pôde ver no elevado nível de perguntas levantadas em seguida às apresentações.

Afinados com o lema da Campanha: “Eu vim para servir (cf. Mc 10,45)”, a conversa reforçou o objetivo nele inscrito, ou seja, abraçar a “oportunidade de retomarmos os ensinamentos do Concílio Vaticano II. Ensinamentos que nos levam a ser uma Igreja atuante, participativa, consoladora, misericordiosa, samaritana. Sabemos que todas as pessoas que formam a sociedade são filhos e filhas de Deus. Por isso, os cristãos trabalham para que as estruturas, as normas, a organização da sociedade estejam a serviço de todos”.

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Dom Sergio, a propósito, identificou os balizamentos teológicos inscritos nesses fundamentos, com relevo para as diretrizes formuladas na Constituição Dogmática Lumen Gentium e na Constituição Pastoral Gaudium et Spes, exortando com elas, o engajamento dos cristãos para o exercício da missão da Igreja no mundo.

Guilherme Delgado, inspirando-se no evangelho de Marcos, chamou a atenção para o sentido do agir histórico dos cristãos, lembrando que a Campanha, ao estabelecer relação entre Igreja e Sociedade, convoca para a responsabilidade de criar e de preservar direitos que apóiem e assegurem a dignidade humana, especialmente, dos pobres, como opção da qual não se pode declinar.

Por fim, o Ministro Patrus, claramente orientado por sua histórica formação no Ensino Social da Igreja, e tanto mais fortalecida por sua experiência protagonista nos serviços de justiça e paz, lembrou a importância de não se perder de vista a necessidade do diálogo da Igreja com a sociedade civil, principalmente quando ela se orienta de forma organizada para se constituir também como sociedade política. Por isso a ênfase que deu à questão política, com o objetivo de contribuir para a institucionalização de um Estado ético, exercitar a participação democrática e de construir valores, no campo da moral e da política.

Em síntese, além de aprofundarem os temas propostos pela Campanha da Fraternidade, os expositores se mostraram afinados com o compromisso proposto pelos Bispos brasileiros, para os quais, construir a Paz (“Somos da Paz – CNBB – Ano da Paz – 2015), lembra o presidente da CNBB Cardeal Raymundo Damasceno Assis, quer exatamente significar que “não podemos ser uma Igreja acomodada”.

Como de costume a Conversa foi gravada pela Tv Comunitária, canal 12 da NET, e será reproduzida pela emissora em sua programação. Tivemos ainda o apoio da Rádio Maria que transmitiu ao vivo o evento.

A Conversa foi encerrada pelo Presidente da CJP, José Marcio de Moura Silva.

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Assista a Conversa na íntegra: https://www.youtube.com/watch?v=gjxV1FsFV0A

 

 

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