Com o tema Medidas Estruturantes para dar Qualidade ao Atendimento à População, realizou-se nessa segunda-feira, dia 6/7, no Auditório Dom José Freire Falcão, na Cúria, mais uma Conversa de Justiça e Paz, promovida pela Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Brasília.
O convidado foi o Professor João Batista de Sousa, Secretário de Saúde do Governo do Distrito Federal. A conversa ocorre depois das participações, neste ano de 2015, do Ministro Patrus Ananias, do Ministro Ricardo Berzoini, do Governador Rollemberg e do Presidente do IPEA Jessé Souza.
À mesa, que teve a moderação do Professor José Geraldo de Sousa Junior, da CJP, se fizeram presentes Dom Leornardo Steiner, Bispo Auxiliar de Brasília e Secretário-Geral da CNBB, depois substituído pelo Padre José Ernanne Pinheiro (CJP e CBJP), o Presidente da CJP José Marcio de Moura e Silva e o médico Geniberto Paiva Campos da CBJP.
Foi uma das conversas com mais viva participação. Além de membros da CJP, estiveram presentes também personalidades habituais das conversas, entre elas, os Professores Isaac Roitman, Aldo Paviani, Leda Barreiro, Nair Bicalho da UnB; Professora Celina Roitman, da Fiocruz; o médico Eduardo Pinheiro, assessor da Promotoria de Saúde do Ministério Público, representando a PROSSUS; gestores e profissionais da Secretaria de Saúde; padre Carlinhos do Vicariato das Pastorais Sociais; membros de paróquias, organismos e serviços da Arquidiocese e de Pastorais, principalmente da Criança e da Saúde, esta última com uma forte representação liderada pelo seu coordenador arquidiocesano Padre Adailton. Depois da apresentação do convidado, abriram a roda de conversa Geniberto Campos e Jovita Rocha (membro da CJP e Presidente do Conselho de Transparência do DF), seguindo-se mais de 17 intervenções motivadas pela apresentação do Secretário. Um recorde.
Fiel ao tema o expositor – professor da Faculdade de Medicina da UnB, ex-Diretor do Hospital Universitário e vice-Reitor no período de 2008 a 2012 – fez um histórico do sistema de saúde no Distrito Federal, reafirmou os compromissos com a sociedade, em atendimento à convocação que recebeu do Governador, e indicou os princípios que balizam esse compromisso: éticos, sociais, solidários, leais e investidos de espírito público. Expôs o momento difícil, fiscal e político, que levou à instalação de um gabinete de crise e à decretação legal de estado de emergência com pacto mediado pelo Ministério da Saúde, para atender às urgências de infraestrutura, de recuperação e de financiamento do sistema.
O Secretário deteve-se na formulação propositiva de sua gestão, com ênfase nas ações de infraestrututa (construção de novos hospitais e revitalização predial e de instalações), no modelo de gestão (descentralização apoiada em metas, resultados esperados e pertinência com indicadores qualitativos) e atendimento (atenção básica qualificada, com base na regionalização de unidades básicas de saúde e na formação de equipes de saúde da família, (atenção especializada) conforme projetos estratégicos (“Brasília Saudável”) e planejamento estratégico (PPA, 2015-2019), representando um conjunto de medidas que o Governador deverá apresentar durante a 9ª Conferência de Saúde do Distrito Federal que será instalada nesse 2º semestre.
A fala do Secretário foi bem recebida pelos participantes que não economizaram comentários, sugestões, críticas, expectativas, todas preocupadas com a distância entre as formulações do plano político-administrativo e o atendimento com cobertura plena na ponta da assistência, em geral, frustrado pela insuficiência, despreparo e fragilidades da atividade profissional em todos os níveis e a percepção do usuário, muitas vezes “rejeitado”, “desrespeitado”, “mal atendido”, permanecendo assim um sistema que continua a ser visto como precário e desumanizado.
O Secretário, com disponibilidade, respondeu às questões, valorizando a importância das sugestões e da participação social e se mostrou mobilizado para continuar a compartilhar as preocupações comuns, tanto que indicou a CJP o seu desejo de estabelecer “rodas de conversa” com as pastorais, principalmente a de saúde, para conhecer melhor a sua agenda constituída em rica experiência de serviço à comunidade, certamente inspirada na exortação do Papa Francisco, no sentido de que “O nosso compromisso não consiste exclusivamente em ações ou em programas de promoção de assistência; aquilo que o Espírito põe em movimento não é um excesso de ativismo, mas primariamente uma atenção prestada ao outro…” (Evangelii Gaudium, nº 199).
Claro que, além dessa experiência, a CJP espera oferecer as sugestões que os presentes lançaram no questionário que fez circular, no qual procurou recolher duas linhas de sugestões: “de que forma a Pastoral de Saúde pode contribuir para a melhoria das políticas públicas de saúde no Distrito Federal” e, sabendo que “existem carências e limitações nas políticas de saúde em nossa cidade…quais aspectos devem ser melhorados”. Os dados serão organizados e oferecidos ao Secretário.
O evento, como acontece em todas as conversas, foi transmitido diretamente pela Rádio Maria e, gravado pela TV Comunitária, Canal 12, da NET, será transmitido posteriormente em sua programação.
Assista a Conversa na íntegra: