Não se trata apenas de migrantes

“ No próximo domingo, 29 de setembro, celebra-se o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado. Para a ocasião, celebrarei a Santa Missa aqui na Praça São Pedro. Eu os convido a participar desta celebração para expressar também com a oração a nossa proximidade aos migrantes e refugiados do mundo inteiro. ”

(acesse a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/messages/migration/documents/papa-francesco_20190527_world-migrants-day-2019.html)

Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2019

Há 105 anos a Igreja Católica Apostólica Romana celebra o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, com o intuito de sensibilizar a sociedade acerca da questão migratória. Neste ano, a celebração acontecerá no próximo dia 29 de setembro e carrega a temática Não se trata apenas de migrantes, campanha disseminada pelo Papa Francisco. A campanha alerta sobre o crescente sentimento individualista, a mentalidade utilitarista e populista, o medo do encontro com o outro, com o desconhecido, que está levando a ações discriminatórias e criminosas contra migrantes, requerentes de asilo, pessoas refugiadas e vítimas de tráfico de seres humanos no mundo inteiro. Como assevera o Papa em sua mensagem,

um espírito individualista é terreno fértil para medrar aquele sentido de indiferença para com o próximo, que leva a tratá-lo como mero objeto de comércio, que impele a ignorar a humanidade dos outros e acaba por tornar as pessoas medrosas e cínicas”.

Nós, do Centro Scalabriniano de Estudos Migratórios (CSEM) de Brasília, endossamos a campanha e reforçamos a necessidade da promoção do acolhimento, proteção e incorporação no tecido social de todas as pessoas em situação de deslocamento. Reiteramos que a presença dessas pessoas aponta uma oportunidade efetiva de crescimento para todos os membros da sociedade. Mas para que isso seja possível é preciso comprometimento para assegurar a defesa e promoção dos direitos humanos de todos os sujeitos envolvidos a fim de alimentar dinâmicas de solidariedade, responsabilidade, reciprocidade e compaixão:

Abrir-se aos outros – sustenta Papa Francisco – não empobrece, mas enriquece, porque nos ajuda a ser mais humanos”.

Convidamos, portanto, os governantes e a sociedade civil para a elaboração de programas e políticas que auxiliem e fortaleçam a autonomia das pessoas migrantes, conscientizem a população acerca dos desafios e das riquezas dos movimentos migratórios, estabeleçam espaços de interlocução e interação com vista à disseminação de uma “cultura do encontro”. Essas ações não visam apenas promover o bem das pessoas migrantes. “Não se trata apenas de migrantes”, afirma Papa Francisco. Essas medidas têm como alvo o bem de cada ser humano:

não está em jogo apenas a causa dos migrantes; não é só deles que se trata, mas de todos nós, do presente e do futuro da família humana”.

Por Roberto Marinucci – Centro Scalabriniano de Estudos Migratórios (CSEM)

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