Com este tema realizou-se na Cúria Metropolitana, no Auditório Dom José Freire Falcão, nesta segunda-feira, mais uma Conversa de Justiça e Paz, promovida pela Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Brasília.
Os convidados foram os professores Isaac Roitman e Aldo Paviani, ambos professores eméritos da Universidade de Brasília, reconhecidamente intérpretes da realidade brasiliense seu projeto e os problemas de sua concretização, no contraste entre a utopia de sua concepção e as interferências de interesses muitas vezes antagônicos ao que foi idealizado para a fundação da cidade.
A Conversa, ocorrida um dia após as eleições, trouxe à evidência as exigências e os desafios que os novos dirigentes vão precisar enfrentar para trazer para a cidade e para seu desenvolvimento, formas de conviver e de agir que revelem uma dimensão ampliada de cidadania responsável e que aspirem a traduzir, nos diferentes planos e temas que foram abordados – social, político, econômico, administrativo, urbanístico, ético, educacional – valores de fraternidade, justiça e paz.
A Conversa, para a qual compareceu um qualificado auditório de participantes de movimentos, serviços, congregações e grupos, principalmente ligados às pastorais sociais, foi animada ainda pela presença de muitas personalidades de diferentes segmentos institucionais de Brasília e visitantes, entre eles o professor Otávio Velho, presidente de honra da SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, professores da UnB e da Universidade Católica, do ex-Procurador-Geral da República Cláudio Fontelles antigo membro da CJP e membros da Comissão Brasileira de Justiça e Paz.
O debate que a ela se seguiu contribuiu para validar o documento de trabalho que traduz as indicações do VER, JULGAR e AGIR da própria CJP, confirmando o que ali já se antecipava como orientação: o atual retrato de Brasília revela “crise e pressão. Crise da cidade, de seus serviços, de um modelo de sociedade, de sua economia, de suas instituições, de sua política, de uma cultura, de seu meio ambiente, de sua juventude, de uma gente…Pressão por mudanças, por esperanças, por diálogos…e por justiça e paz”.
São exigências e desafios que se colocam, evidentemente, para as novas bancadas e para os dirigentes que vão articular o novo governo. Mas são questões muito sérias que não podem ser responsabilidade exclusiva deles. Convocados pelo Papa Francisco para a ação política, como tarefa da fraternidade, cabe também aos cristãos assumir protagonismo na construção ética e solidária da cidade.
Conheça a apresentação dos convidados: