O Brasil que Queremos e o Futuro do Distrito Federal – 08/05/2017

No dia 8 de maio vamos realizar mais uma Conversa de Justiça e Paz, promovida pela Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Brasília, sobre o tema “O Brasil que Queremos e o Futuro do Distrito Federal”.

Teremos como convidados os Professores Eméritos da Universidade de Brasília ISAAC ROITMAN, Coordenador do Núcleo de Estudos do Futuro da UnB e da Comissão Brasil 2022 – O Brasil que Queremos; e ALDO PAVIANI, fundador do Núcleo de Estudos Urbanos e Regionais da UnB, atualmente Diretor de Estudos Urbanos e Ambientais da Companhia de Planejamento do Distrito Federal – CODEPLAN. Os dois convidados retornam ao Auditório Dom José Freire Falcão para a abordagem de um tema que nos inquieta e desafia esforços de conhecimento e de mobilização para vencer obstáculos do presente e abrir perspectivas de futuro para o nosso futuro existencial, social, político e planetário.

Num tempo de perda de referências éticas, de intolerâncias e de compromissos fraternos, há riscos iminentes para o nosso futuro imediato, global e localmente. A redução do espaço legítimo para a ação política transformadora, que se realize pela mediação da caridade (Evangelii Gaudium, 205) e da misericórdia (Misericordiae Vultus, 12)  leva a um fracasso civilizacional em que colapsam as condições de dignidade que são a base do direito a viver e ser feliz (Laudato Si’, 43).

Enquanto se desenfibram os expoentes que poderiam legitimar diretrizes para reorientar percursos, são poucas as vozes confiáveis que logram ser ouvidas. Mas, em tempos sombrios, de fortes contradições, ganha força e carisma o chamamento para grandes esperanças (MV, 25).

É por isso que em todos os hemisférios, em todas as culturas, na heterogeneidade das crenças e na multiplicidade dos mais diversos auditórios, em ambientes intergeracionais, se alarga o alcance do magistério amoroso, generoso e fraterno do Papa Francisco, conclamando o mundo e as comunidades a comungarem iniciativas que levem a realizar projetos-ponte dos povos diante dos projetos-muro do dinheiro, num programa que vise o desenvolvimento humano integral. Tal como ele acentuou em seu discurso aos participantes do III Encontro Mundial dos Movimentos Populares (cf. Vol. 8, Coleção Sendas, Edições CNBB, 2016, p. 14). Trata-se de não perder de vista que “O contrario do desenvolvimento, poder-se-ia dizer, é a atrofia, a paralisia. Temos o dever de ajudar a curar o mundo da sua atrofia moral. Este sistema atrofiado é capaz de fornecer algumas ‘próteses’ cosméticas que não constituem verdadeiros desenvolvimentos: crescimento da economia, progressos tecnológicos, maior ‘eficiência’ para produzir coisas que se compram, se usam e se abandonam, englobando-nos todos em uma vertiginosa dinâmica do descarte… Mas este mundo não permite o desenvolvimento do ser humano na sua totalidade, o desenvolvimento que não se reduz ao consumo, que não se limita ao bem-estar de poucos, que inclui todos os povos e as pessoas na plenitude da sua dignidade, desfrutando fraternalmente da maravilha da criação. Este é o desenvolvimento do qual nós temos necessidade: humano, integral, respeitador da criação, desta causa comum”.

Então, diante do que se discute hoje no país,  perguntamos ao Professor Isaac Roitman, dirigente do Movimento “2022 – o Brasil que queremos”,  em cuja carta de princípios lemos a preocupação “pela elevação dos valores éticos, de cidadania, entendimento e diálogo, como instrumentos básicos para a superação dos problemas humanos e para o bem estar do povo; comprometida com o fortalecimento de uma cultura de paz”;  que sugestões, sinais,  caminhos, são possíveis para o fortalecimento, no Brasil, de uma sociedade humana honrada, livre, justa, fraterna, saudável, harmoniosa e feliz?

Perguntamos ao Professor Aldo Paviani, na qualidade de estudioso de Brasília e de ocupante de lugar estratégico na gestão de planejamento do Distrito Federal, é possível aqui um futuro para a realização utópica da civitas e da urbs, bela e funcional, pensadas pelos urbanistas do projeto original da cidade e também da polis, obra dos movimentos sociais nela constituídos? Há condições para responder às  crises do presente: metropolizacão, ordenamento territorial, esgotamento hídrico, emprego e trabalho, mobilidade, segurança, saúde, educação, participação política?

Para debater essas e outras questões convidamos a nossa comunidade e os paroquianos ligados à Cúria Metropolitana, para a nossa Conversa de Justiça e Paz, de maio, dia 8, das 19.00 às 21.00 horas, no Auditório Dom José Freire Falcão, Anexo da Catedral Metropolitana de Brasília.

Participe desse importante diálogo! 

Por CJP-Brasília

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