O rabino Henry Sobel faleceu na manhã desta sexta-feira (22), aos 75 anos, por complicações associadas a um câncer. O rabino teve uma trajetória de vida a serviço do outro e sempre na perspectiva do bem comum alinhado com suas convicções religiosas e humanistas. Durante a Ditadura Militar destacou-se como uma voz firme na defesa dos direitos humanos no Brasil. Num dos momentos mais difíceis da vida política e social do país, ao lado do saudoso cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, então arcebispo de São Paulo, Sobel colocou-se ao lado de mulheres e homens perseguidos pela ditadura. Sobel tinha a dimensão da dignidade da pessoa. No ano de 1975, durante o caso do assassinado do jornalista Vladimir Herzog pela Ditadura Militar, o rabino se negou, como autoridade religiosa, a delcarar Herzog como suicida. Tornou-se uma voz importante na resistência democrática diante da sua firmesa e coragem em prol dos direitos humanos e do estado democrático de direito. O sepultamento ocorrerá no domingo, em Nova York.
Carlos Alves Moura
Secretário Geral da CBJP